quarta-feira, dezembro 27, 2006


O tempo passa. Sinto-me cada vez mais como um larva à espera de se tornar borboleta.
Não sei se o meu casulo está a ser feito à altura, não sei se as minhas asas serão bonitas, se eu voarei alto, se a minha vida enquanto borboleta durará apenas segundos ou se eu poderei voar livre pelos céus o resto dos meus dias…
Não sei se ser borboleta será melhor que ser larva, não sei de nada.
Sei que tenho medo, medo de tudo e de nada, tenho medo do mundo que se avizinha...

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Hurt - Johnny Cash

terça-feira, dezembro 19, 2006

Summer Time - Janis Joplin





Saudades do Verão...

Passa uma velhinha… Segue-se o cego com as lengalengas, pedem esmola de caixinha em riste por entre os solavancos do metro.
Encolho-me no meu lugar, olho em volta. Vejo olhares vagos, pessoas que olham para o lado como se ao ignorarem a pobreza deixasse de estar ali.
Revejo nos olhos dos outros a minha vergonha, a vergonha do mundo por ignorar.
Vejo a culpa sentida por todos, vejo a inércia, vejo a redoma que se cria entre os mundos, de um lado estações brilhantes, novas. Do outro estações porcas, escuras cheias de escoria.
Não podemos mudar o mundo, mas não seria um gesto de generosidade um começo?
Não seria esse gesto só mais uma maneira de tirar dos nossos ombros um pouco da culpa…. No fundo sabemos que esse gesto é vão. Encolhemo-nos no lugar, fingimos que não vemos, ignoramos, entramos no nosso mundo dourado. Era preciso muito mais que uma esmola para mudar isso, era preciso mudar o mundo...

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Luzes, câmaras, acção. Carros que passam, que param, arrancam, apitam.
Esta sensação de urgência, este corre de um lado para o outro, este estar-se sempre na eminência de algo.
O tempo que passa depressa, passa devagar, não passa. Estagna. Nunca o faz ao nosso ritmo.
O jornal que só trás notícias horríveis, a estrada entupida, a caixa cheia, o provador a abarrotar, as pessoas que passeiam cheias de calmas e nos impedem de passar, este stress, esta coisa de que o tempo nunca vai chegar.
E depois estas saudades de passear sobre as pedras da calçada molhada, com meia-luz de madrugada, com todo o tempo do mundo como se o dia não fosse raiar nunca.
Estas saudades de abrir a janela pela manhã e deixar entrar o sol, o vento e ficar simplesmente a olhar a rua, ainda com os olhos entreabertos, sem pressas, sem urgências, sem mais nada senão todo o tempo do mundo para ali ficar.
Esta confusão de vida que não acalma. Sinto-me uma estrangeira dentro de mim, como se não conhecesse os meus lugares, as minhas rotinas, os meus tempos mortos de reflexão. Como se não reconhecesse mais a mim mesma. Não tenho tempo para
pensar-me.
E depois sucedem-se coisas atrás umas das outras, os dias nascem atrás uns dos outros.
Sinto falta…
Sinto falta de tanta coisa…
Tenho tantas coisas novas, sinto falta de tantas coisas na mesma.
Parece que vai ser sempre assim, vai-me faltar sempre algo indefinidamente.
Sempre assim foi….

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Frio....


Que frio, está simplesmente um frio de rachar…
Definitivamente eu fui talhada para viver nos trópicos por entre chuvas tropicais e temperaturas amenas sempre acima dos vinte e cinco graus. Não gosto de frio! Os casacos irritam-me, a rotina atrapalha-se. Deixa-se de aproveitar o dia, de passear, de fazer tanta coisa só porque estar na rua é uma prova difícil de superar.
Em casa não se realizam certas tarefas porque o único sitio confortável é mesmo debaixo das mantas.
Tanto frio…
As mãos gelam enquanto tocam nas teclas do computador, os pés passam ao estado constante de glaciar. Apetece comer, beber leite quente e ficar indefinidamente na cama, ficar lá até que desponte os primeiros raios de primavera e do frio nós nos passemos a queixar do calor…

quarta-feira, dezembro 06, 2006



Sinto falta da minha gatinha... Há lá coisa mais linda que a Miss Mia Wallace com um ar ameaçador?

Que a Miss Mia Wallace a dormir no sofá? A roçar-se nas nossas pernas e a reclamar por tudo e por nada, e no fim, no fim lember-nos a mãos em forma de agradecimento por uma festinha feita na altura certa?

Miau...

sábado, dezembro 02, 2006

007 - Casino Royal


Fui ver o tão aguardado 007 Casino Royal. Estava expectante. A saga do famoso agente secreto sempre preencheu o meu imaginário, convivo com ele desde pequena nas intermináveis sessões de domingo à tarde.
Sei nomes de personagens com trinta anos, de uma época que não é a minha. Mas gosto sempre gostei.
A tão aclamada renovação veio realmente, este Daniel Craig é um agente secreto diferente. Ainda não bebe Vocka Martini, ainda não escolhe a preceito o corte do fato.
È crente, comete erros e apaixona-se, sofre e fica à mercê dos maus. James Bond não se presta muito a essas vicissitudes.
Mas este novo Bond é mais grosseiro, mais real, sem grandes engenhocas e com um lado muito mais humano do que seria de esperar. Ele é frio ao mesmo tempo que nos demonstra ter coração, ele comete atrocidades e ama, ele perde e ganha para no fim aprender a grande lição.
Gostei deste Daniel Craig e deste James Bond. Não sei qual será a linha a seguir, mas penso que nos dias de hoje é necessário muito mais do que um galã charmoso no ecrã para nos prender. Este agente secreto tem de ganhar consistência dramática, tem de ter memórias, paixões, segredos. Tem de ser simplesmente mais humano.
Gostei do filme no seu global, senti-me bem no cinema.

Regina Sepktor - Ode To Divorce

M.Ward on Letterman

Tem sido a companhia de viagens, dias de trabalho e de noites dificeis de dormir. Este senhor, e a menina Regina Spektor :)