domingo, dezembro 30, 2007


Vou fechar o tasco para balanço e volto já em 2008 com o relatório de contas e as estratégias delineadas para o ano que começa!

Feliz ano novo para todos…

quinta-feira, dezembro 27, 2007

A Insustentável Leveza do Ser

"O seu drama não era o drama do peso, mas o da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser."


Milan Kundera
"A Insustentável Leveza do Ser"

Filme da Noite de Natal.


Se fiquei desiludida com o filme?! Já me perguntei isso. É omisso em algumas coisas, noutras talvez até mais mágico. O tom está lá. Está lá a historia destas pessoas e do seu mundo em mutação. Está lá a sensualidade, a nostalgia, as certezas do mundo e a descoberta da simplicidade das coisas.
Talvez seja isso, talvez seja mesmo tão penoso transportar um grande fardo como viver na total leveza, no desprendimento, no vazio sendo apenas um lugar vago e não passando de uma vaga ilusão.
A vida será pesada? Às vezes sim, toneladas sobre os ombros, dia após dia.
Outros dias não, é quase como se flutuasse.
Apetece-me lê-lo outra vez. Já li este livro três, quatro vezes?!
Faz-me sentir leve, leva-me para outro lugar.
Certamente que este filme também...
Foi bom vê-lo este Natal

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Humphrey Bogard

Que charme! As meninas boas sempre gostaram de meninos maus...:)

Para ver este Natal






Na mesa de cabeceira este Natal.


Feliz Natal!


E porque é Natal, as visitas familiares sucedem-se, e por isso vou estar uns quantos dias afastadas de lugares com internet!
Por isso aproveito e deixo já o meu voto de FELIZ NATAl a todos.
Que cada qual aproveite a quadra da melhor maneira de acordo com o que vai dentro de si.
Um abraço a todos!

Natal...

Cheira a Natal. A castanhas assadas no Rossio, a um sol envergonhado despontando sob um frio prolongado.
Cheira a luzes e cores pelas ruas. A um vento forte que traz fumo das lareiras que queimam pelas casas escondidas na serra.
Cheira a Natal.
A Inverno, a dias curtos, a aquecedor e manta em vez dos cafés. A nostalgias a passar como filmes nos vidros da janela quando chove.
Cheira a saudades, muitas. De coisas que já passaram, de coisas que não temos, de fantasias que não serão. Saudades de utopias.
Cheira a Natal.
Cheira também à hipocrisia de ter de dar, de ter de contribuir, visitar, comer, ser, tudo compulsivamente, desmedidamente. Talvez como se julgássemos que nada mais há amanha.

Houve uns tempos em que gostei do natal.
Agora não desgosto. Mas há tanta coisa nele que me repele, tanta de uma histeria colectiva, tanta gente à minha volta.
È no Natal que mais me apetece estar sozinha.

quarta-feira, dezembro 19, 2007


São dias como o de hoje que me fazem pensar em emigrar para um desses países tropicais onde, mesmo que o sol não brilhe todo o ano, a temperatura nos permita só ter roupa de Verão.
Começando com os pés gelados (a ponto de me interrogar se eles ainda ali estão!), passando pelos casacos, cachecóis, luvas e afins tudo para mim no Inverno é sofrível.
Adoro ver chover, as cores de Outono, os cheiros, tudo é lindíssimo.
Mas este frio…

O dia de hoje...

Algures para os lados da Comenda, Crato...
Dia frio, muito frio e molhado. Mas as cores de outono não deixaram de brilhar na planicie.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Filme de fim-de-semana IX - À Beira do Abismo (The big Sleep)




Vivian: Speaking of horses, I like to play them myself. But I like to see them workout a little first, see if they're front runners or comefrom behind, find out what their whole card is, what makes them run.
Marlowe: Find out mine?
Vivian: I think so.
Marlowe: Go ahead.
Vivian: I'd say you don't like to be rated. You like to get out in front, open up a little lead, take a little breather in the backstretch, and then come home free.
Marlowe: You don't like to be rated yourself.
Vivian: I haven't met anyone yet that can do it. Any suggestions?
Marlowe: Well, I can't tell till I've seen you over a distance of ground. You've got a touch of class, but I don't know how, how far you can go.
Vivian: A lot depends on who's in the saddle




Não vale a pena falar do enredo criminoso e obscuro que envolve este excelente filme “noir”, porque esse só mesmo vendo.
Mas se este não é“The Picture they born for”, está lá perto. Porque Lauren Bacal esbanja classe a cada palavra que diz com a sua voz forte e quente e porque Bogard é simplesmente um galã à altura desta diva.
Foi uma belíssima tarde de domingo, caneca de chá, sofá e um aquecedor… só cá faltou a miss Mia…

sábado, dezembro 15, 2007

Everything is Illuminated


Bonito, simples e ao mesmo tempo tão profundo como a memória.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Filme de fim-de-semana VIII - Things We Lost In The Fire Trailer




Uma história cheia de dor, daquelas dores que imaginamos que não conseguiríamos suportar.
È uma história forte.
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*Benicio Del Toro nasceu para fazer papel de bandalho está visto, cai-lhe que nem uma luva esta personagem de agarrado inteligente em vias de recuperação.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Miss Mia Wallace


Está linda a minha gatinha...
Se ela soubesse as saudades que eu sinto de a ver a dormir no meu sofá e a olhar para os pombos da varanda...
Acredito que isso não seja nenhuma excitação comparado com o mundo que o monte lhe pode oferecer.
Ando a tentar ganhar coragem para a trazer de volta, mas depois aperta-me o coraçao.
Sinto tanto a falta da gata que so me apetece mete-la no carro e traze-la. Quando lá chego e a vejo a saltitar no meio das laranjeiras só penso que não tenho direito de a voltar a fechar no T1.
Dilemas...

Familia...


Desde de cedo que me acostumei a ver a minha como motivo de tensão, de discórdia, de difíceis sentimentos de culpa e de divisão.
Tentaram desde cedo convencer-me de que o facto de ter uma família compartimentada poderia ser bom. Duas casas para visitar, duas opiniões a serem ouvidas, o dobro dos presentes.
No entanto com o passar dos anos dentro de mim apenas cresceu distanciamento, como se entre um sítio e outro existisse agora um fosso e nesse fosso eu tivesse por fim estabelecido a minha própria casa. E não pertencesse mais a nenhuma outra.
Desde muito cedo decidi que queria viver em qualquer lado menos junto à minha família. A qualquer família. Porque a família nos consome a identidade, nos pede sempre, no exige sempre que estejamos sempre acima de um certo nível, que estejamos sempre dentro das expectativas, que sejamos à sua imagem, que no projectemos no futuro de uma maneira já programada anteriormente.
Nunca estive preparada para essas expectativas. Nunca olhei nessa mesma direcção, numa reacção puramente instintiva comecei por fazer tudo exactamente ao contrário ainda na adolescência.
Achava-se que era rebeldia, mais tarde desequilíbrio, hoje em dia parece-me que era apenas eu a tentar ser eu, a tentar crescer forma da “forma”.
No entanto pelo caminho foram-se perdendo alguns elos, alguns afectos ficaram incompletos, e a minha vontade de fazer parte de algo incerta.
Já não sei se estou cansada dos grandes jantares onde toda a gente fala ao mesmo tempo, da mesa posta desde de manha até de madrugada, de tanto comer, da compulsividade. De ver a minha mãe na cozinha o fim-de-semana inteiro, de sentir no ar que há perguntas que se queriam fazer mas para as quais ninguém quer ouvir resposta, se porque há traços das pessoas que o tempo acentua que nos são desagradáveis, ou pura e simplesmente porque sei que aquilo é uma farsa, é mais um jantar de congratulação pelo facto de estarmos juntos quando na verdade o que nos separa é cada vez maior.
Continuo a gostar de toda a gente, adoro a minha família toda, mas de repente apetecia estar mesmo só no mundo.

Apetecia-me ir de fim-de-semana e estar só com a minha mãe, apetecia-me sentar no sofá e colocar os pés ao aquecedor e descansar, deixar que a minha cabeça se esvaziasse e eu pudesse ter 12 anos outra vez.
Às vezes sinto-me tão injusta por sentir este tipo de coisas, senti-me sempre injusta nestas coisas, mesmo quando não era eu a decidir…

Nick Cave- Stagger Lee (Murder Ballads)

Há uma certa tensão sexual a cada nota, um não sei que de sensual em cada palavra, em cada parte desta história, desta pesonagem violenta... Gosto desta musica. Gosto deste albúm.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Hoje telefonou-me uma velha amiga. Amiga, daquelas de longas conversas, de segredos e risadas. Tantas viagens feitas em conjunto rumo a Portalegre, tantos cigarrinhos do desespero de domingo pós-fim-de-semana sem fumar na casa dos pais, tantos sonhos falados.
E o tempo passou quase sem se dar por isso. No entanto somos as mesmas, cheias de outras cores acho eu. De novas manias e de coisas para contar.
De ritmos trocados, de invenções novas e rotinas maradas. De pessoas que entram e saem nas nossas vidas e a outra já não conhece. De tantas coisas misturadas na essência original.
Falar com alguém que estimamos e não contactamos há muito tempo faz disto, traça uma linha de tempo à nossa volta, deixa a descoberto todas as nossas vitórias, torna real todos os nossos fracassos.
Soube bem. Soube bem ouvir lá do outro lado a mesma voz, sentir a mesma empatia, ter a certeza que daqui a dez minutos ou daqui a dez anos será igual.

Nunca fui boa a manter contactos. Não porque não goste dos meus amigos, mas é simples perder-se, um telefonema que não se faz porque não há dinheiro, um ano em que nos esquecemos da mensagem de natal. Outra vez que o café é adiado porque surgiu qualquer coisa de inesperado e assim o tempo passa, e as pessoas ficam difusas perdidas lá atrás.
Tantas amigas do secundário que não vejo há quatro ou cinco anos. Como se houvesse um vácuo na minha vida, um fosso e de lá para cá fosse outra dimensão.
O tempo passa e vamos deixando de olhar para trás.
Depois também nunca fui boa em relações humanas. Sempre desajeitada, na maior parte das vezes desconfortável perante as pessoas, sem conseguir descortinar o que quer que seja. Não deve ser fácil conhecer-me. Conheço pessoas há anos com as quais só agora me sinto”enturmada”, conheço tantas outras com as quais nunca me vou conseguir “enturmar”.
Empatia e afinidade com os outros não são muito naturais em mim.
Talvez esta minha cabeça, eu sempre tão perdida dentro dela, eu sempre a tentar encontrar respostas para as minhas perguntas tolas, sempre a tentar explicar-me em vão, talvez perca demasiado tempo comigo… Dentro deste mundo paralelo em constante criação…






P.S. Foi bom ouvir-te amiga e sentir que estás bem…

terça-feira, dezembro 04, 2007

3ª Mostra de Cinema Mudo




Tem inicio amanha a terceira edição da mostra de cinema mudo organizada pela Associação Prometeu.

A mostra acontecerá nos dias 5, 6 e 7 no auditório da Escola Superior de Educação de Portalegre.

Tal como nas edições anteriores estarão presentes musicos convidados a musicar os filmes.

Em jeito de encerramento, sexta-feira dia 7 de Dezembro haverá um concerto no bar o X-terna, com Azevedo Silva.