domingo, maio 15, 2016

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E se de repente se juntassem todas as casas que habito
Em salas seguidas, de janelas abertas e brisa nos cortinados
Cada canto recriado, cada memória, o cheiro… até o sinto
Eu vagueando por ali, contando a vida num livro de recados

Quantas portas seria preciso atravessar
As salas, as cozinhas, os alpendres sobre ao jardim
Os quartos dormindo na bruma, os lençóis por mudar
Espaços que habito... onde vivem os pedaços de mim

Tantas as casas, o cheiro impregnado
As pessoas, o comer nos tachos, os gatos
Se elas se alinhassem, os espaços lado a lado
Habito tantas casas, vou comendo em tantos pratos...

E se de repente se tornassem todas numa
uma grande casa, viva... a respirar
eu vagueando leve como uma espuma
habitando...o espaço etéreo...o Lar.